É divertido conhecer outra cultura diferente da que eu venho porque aprendo
muitas coisas novas sobre o mundo que me rodeia. Aprendendo Português, eu tinha
que ouvido as músicas do Brasil mais ou menos conhecidas. E prestando atenção à
melodia de algumas, canções francesas me vieram à cabeça, tais como:
-“Fais comme l'oiseau’’ (Faça como o pássaro) adaptação
francesa por Pierre Delanoë de Você Abusou, letra e
música de Antônio Carlos Brasileiro de 1972.
“Tu
veux ou tu veux pas’’ (Você quer ou você não quer)
adaptação francesa de Pierre Cour de Não vem que não tem, letra e música de Carlos Imperial, 1970.
E eu poderia continuar, mas estas foram óbvias para mim. Eu nunca
imaginei que nossos compositores franceses pudessem ter se inspirado na música
charmosa do Brasil. Mas sem adaptação, grandes cantores franceses se influenciaram
pelas paisagens, mulheres e cultura brasileira para cantar.
-Charles Aznavour, ‘’Rendez-vous à
Brasilia’’.
- Charles Trenet,
‘’Printemps à Rio, 1952’’.
-Dario
Moreno, ‘’Si tu vas à Rio : Madureira chorou’’.
Depois
de ler este artigo, você vai pensar duas vezes se a música que você está
ouvindo foi adaptada ou inspirada no Brasil.
Quando ouvimos falar de Brasil, o que vem à mente? Certamente futebol,
carnaval, praia bonita com mulheres de biquíni pequeno ... Alguns desses
clichês são verdadeiros, mas outros são completamente falsos. Assim, com a
minha experiência do Brasil, eu vou ajudá-los.
1.Eles têm o melhor time de futebol do mundo -
VERDADEIRO
Acho que todo mundo está consciente do futebol talentoso do Brasil. A equipe
brasileira (a Seleção) é conhecida pelo mundo e é o grupo mis difícil de vencer.
E mais, eles são cinco vezes campeões do mundo. Suas táticas, jogo de pernas e os
melhores jogadores do mundo fazem deste país respeitado por seu futebol. Por
exemplo, podemos lembrar do Rei Pelé 10, Ronaldo 9, Ronaldinho, Cafu, Kaká,
Neymar, Roberto Carlos.
Os brasileiros são leais à sua equipe local. Fui a um dos jogos de Recife, que
tem três equipes. A atmosfera é eletrizante, cheio de admiração nos olhos dos
torcedores. Os fãs de futebol, quase todos os homens, vivem para sua equipe.
2.Carnaval no Brasi é comemorado com mulheres
dançando samba levemente vestidas – VERDADEIRO e FALSO
Esta idéia é do carnaval no Rio de Janeiro ou São Paulo. Mas o Brasil é
grande, assim as formas de celebrar o carnaval são diferentes. Eu nunca fui ao
Brasil durante o festival, mas Juli me disse que no Recife, nas ruas, as
pessoas usam o que quiserem, escolhem um tema para o seu grupo de amigos. Há
muitos desfiles com bandas de músicos tocando frevo.
As pessoas dançam na rua, bebem, se divertem com os amigos. Mas no resto
do Brasil, eles celebram o carnaval de diferentes maneiras.
3.Há três belas praias com belas mulheres de
biquíni - VERDADEIRO e FALSO
As mulheres que vemos em comerciais de TV e revistas, bem bronzeadas com
biquíni pequeno jogando vôlei é verdade, mas na praia de Copacabana, no Rio
Janeiro. Caso contrário, as mulheres são mais pudicas e usam biquínis que
escondem o que é preciso, no tamanho certo. No entanto as praias do Brasil, a
partir de minha experiência, são como as das revistas com areia quente e fina,
palmeiras e mar azul.
A praia de Maria Farinha
4.Brasileiros ou brasileiras? - FALSO
O que acontece no Bois de Boulogne (NT: travestis brasileiros que se
prostituem na periferia de Paris) ou em outros lugares da França, está
acontecendo na França, como eles dizem. Pode ser verdade que nos subúrbios
parisienses é possível confundir o sexo de uma pessoa do Brasil, mas o Brasil é
feito de homens e mulheres que nada mudaram em seus corpos, vivendo com suas
diversas preferências sexuais, como todos os outros países.
Vocês já devem saber que no Brasil se fala português. Um língua latina como o francês.
A primeira vez que eu ouvi essa língua foi com Guillaume (um amigo da família francesa) em Portugal e eu achei muito complicado. Guillaume me ensinou algumas expressões como Bom Dia e Obrigado, mas eu nunca pratiquei de verdade até o dia em que encontrei minha amada.
Nos falávamos inglês a maior parte do tempo, mas para impressioná-la eu soltava umas palavras em português que eu aprendia com os colegas e clientes de origem portuguesa. Eu aprendi a dizer Você é linda! e Tudo bem?, mas esse meu vocabulário nunca me levou longe.
Então eu pedi que ela me ensinasse mais sobre sua língua e, graças a muito escutar e repetir, eu entendi que o português não é tão diferente do francês ou do espanhol. Claro que as expressões mudam e as palavras se pronunciam diferentemente, mas a gramática tem a mesma base e muitas palavras vem do latim. Além disso, existem palavras em português que vem diretamente do francês como croissant, sutiã, abajur, filé mignon, reveillon, brioche... Mas a escrita não é igual. Em português, as palavras são escritas exatamente como são pronunciadas, por exemplo abajur para dizer abat-jour.
Hoje em dia, eu converso com minha querida a maior parte do tempo em inglês. De vez em quando conversamos em francês e eu falo português só para seduzi-la. É bem verdade que um estrangeiro que fale outra língua tem charme especial, não é mesmo?
Eu não falo português fluentemente, mas já melhorei muito. Eu já consigo conversar com minha família do Brasil sobre o que eu gosto ou o que eu sinto e isso me dá um sentimento de liberdade muito importante para mim.
A pergunta que assombra a humanidade não é mais “ser ou não ser?”, tampouco “qual o sentido da vida?”. O que todo mundo quer saber é: Por que Peter se chama Peter e não Pierre?
Esta dúvida já pairou também sobre minha cabeça. Um dia, bem no comecinho do namoro, eu perguntei a Peter como os pais dele tinham escolhido seu nome. Ele deu de ombros e disse: isso você tem que perguntar a minha mãe.
E foi isso mesmo que eu fiz quase um ano depois. Da primeira vez que fomos à França, eu lembrei de perguntar a minha sogra.
Ela me falou que quando estava grávida de Peter, ela e Didier estavam procurando um nome pequeno e simples. Eles até pensaram em Pierre, mas acharam o nome muito duro e meio batido para o filhinho. Aí que Didier sugeriu Peter e ela achou uma ótima ideia.
Peter ainda responde esse “Não sei. Pergunta para meus pais” com muita frequencia. E aqui na Inglaterra as pessoas ainda desconfiam que ele está “traduzindo” o nome para o inglês só para facilitar a pronúncia.
Bom, o caso é que aqui o nome dele é facilmente pronunciado por qualquer pessoa. Simples e rápido como sonharam os pais de Peter.
Lembro de como me senti depois da minha primeira aula de francês em
2002: ENCANTADA! Mesmo na turma de iniciantes, o professor era francês. Não
lembro exatamente o que ele dizia, mas provavelmente era algo tipo Bonjour! Je m’appelle François...Nada
muito complexo, mas tudo que ele falava tinha uma melodia tão gostosa, uns sons
tão suaves. Um charme! Lembro que no fim da aula suspirei e pedi a Deus que me
desse um marido que falasse francês. Que besteira, né? Mas acho que peguei Deus
num momento de folga por que Ele atendeu sim àquele pedido tão bobo quanto
sincero!
Meses depois a calmaria se transformou em tempestade! Todos aqueles sons doces e
melódicos viraram 6 tipos de E que era preciso pronunciar claramente. É, ê, e.
Era só o que eu conhecia e achei aquilo tudo muito confuso! Cheguei à conclusão
de que é preciso nascer um país francófono para falar direito a tal da língua.
Escrever então... acho que os franceses só são alfabetizados aos 18 anos! Haja
acento, flexões verbais mudas, preposições e partículas sem sentido. É lindo,
mas não é fácil.
Durante a faculdade eu aposentei o francês. Larguei o curso, os livros
ficaram na estante e as conjugações empoeiraram na minha cabeça até que O
FRANCÊS entrou na minha vida. Verdade que rarissimamente falamos francês um com
o outro nos EUA. Peter estava determinado a aperfeiçoar o inglês e eu
determinada a não passar vexame na frente do namorado novo.
Depois o namoro ficou sério e decidimos ir à França juntos. A verdade é
que eu me preocupei muito mais do que devia com a comunicação com a família de
Peter. Assim que chegamos a Vierzon (porque em Paris foi inglês o tempo todo!)
as palavras me voltaram. Reconhecia um substantivo aqui, um verbo ali e
entendia o que se passava a minha volta. Acho que a família dele também estava
preparada para o desafio e todo mundo falava pausado e me explicava as coisas
direitinho. As aulas de francês me salvaram! Às vezes, no fim do dia, minha
cabeça cansava do esforço em entender tudo, mas foi uma grande experiência.
Hoje falamos mais
francês em casa. Ainda não domino todos os sons de E, mas com carinho e
paciência, a gente se entende!!
Ela é linda. Jornalista brasileira que tem um espírito aberto e uma personalidade muito rica, seu nome é Juliana. Ela tem uma gentileza que ilumina, a maior parte das pessoas que eu conheço. Esta flor dos trópicos, que será minha mulher, pode se comunicar em muitas linguas portuguesas, anglo-saxônicas, hispânicas e francesas. Além da linguagem falada, ela se comunica na língua de sinais brasileira. Este diamente brasileiro adora viajar e aprender coisas novas todos os dias. Ela é simplesmente graciosa e perfeita para mim.
Peter é a pessoa mais cativante que eu
conheço. Ele é autêntico, espontâneo, cheio de alegria. É impossível estar triste
ao seu lado. Nasceu em uma cidadezinha no meio da França e conhece diversos
lugares e culturas. Essa combinação fez dele uma pessoa apegada aos grandes
valores da vida e livre para se sentir cidadão do mundo. Tem caráter e
personalidade admiráveis e eu tenho certeza que Deus o fez pensando em mim!
Nos conhecemos logo no começo da minha terceira estada na
Disney em 2010. Fui pra House of Blues com umas amigas e Ozi, a francesa, nos
apresentou alguns caras que ela tinha conhecido no avião pros EUA. Os franceses
nos cumprimentaram e até dançaram um pouquinho, mas só um passou a noite toda
conversando com a gente. Era Peter. Eu até o achei gatinho e pá, mas sem
grandes expectativas. No fim da noite, ele teve que sair antes da gente e pediu
um número de telefone para que combinássemos uma carona de volta pra casa. Mal
sabia eu que estava dando meu telefone àquele que seria meu marido! =)